20090505

UMA LOBA



Conheço teus infernos
Mulher, poeta, vulcão e loba feroz...
Querias ser tudo isso no paraíso...?!?
Como fica teu coração insano por amor, coração de mulher?
Como fica teu coração ardente por respostas, coração de poeta?
Como fica teu coração carente de paixões, coração de lava e fogo?
Como fica teu coração sedento de desejos, coração de loba, de
Loba feroz?

Conheço teus infernos,
Conheço o inferno da busca desesperada pelas palavras perfeitas
Que não chegam nunca
Conheço o inferno de ser muitos em um só,
Corpo limitado para tantos desejos,
Pouco coração para tantas paixões,
Pouca vida para tanta voragem,
Tanta docilidade aprendida, para toda a selvageria que em ti habita...

Conheço teus infernos
Teu sangue não é A ou B,
É sangue desvairado, como o meu...
Sim, tu tens o sangue desvairado,
Em tuas veias de mulher, poeta, vulcão e loba selvagem que és.
Como queres habitar em baía serena?!?
Um porto seguro não contém tua fúria pelos altos mares.

Conheço teus infernos
Nada mais são do que o caminho inevitável que escolhestes
Por ser assim como tu és:
Tão mulher, tão vulcão, tão poeta, tão loba feroz...
E se a vida é feita de paradoxos
(E ela o é...)
Trago boas novas para ti,
Não foge dos teus infernos, nem os tema...
Pois neles estão tuas verdades, tuas paixões, teus desejos,
Tuas buscas...
E será por eles que,
Se houver,
Chegarás a teu paraíso de amor,

Um dia...
Poesia de Eduardo Ramos

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